A manchete ‘Taradinho de 14 estupra uma senhora de 65 anos’, da edição desta semana do Cinform, traz à tona a necessidade de reflexão por parte da sociedade acerca da abordagem dada a um tema tão grave, conduzida de maneira sensacionalista e irônica.
Não se pode desconsiderar a gravidade de um abuso sexual, porém, é imprescindível ressaltar a forma como o acontecimento foi representado na manchete de um dos jornais mais lidos do estado de Sergipe. A ideia de comoção, medo, revolta e até mesmo de deboche em relação ao garoto, ao referir-se ao mesmo como ‘taradinho’, reforça o estigma de punição para com o adolescente.
O título interno e a linha fina também incitam a violência, através do depoimento da vítima, segundo o qual sua vontade era “de juntar os homens daqui e matá-lo”, reforçando assim a ideia equivocada de que o abuso pode ser enfrentado com mais violência. Devido à agressão vivida, é compreensível que a vítima adote uma postura enérgica, mas é essencial reforçar a necessidade da ética e da responsabilidade da mídia no que diz respeito aos direitos humanos. O papel do veículo deve passar longe de incentivar a agressividade, mas deve buscar interromper o ciclo da violência.
Vale ressaltar que o corpo do texto, diferentemente dos títulos e das fotografias, traz uma abordagem mais qualificada, ainda que se prenda meramente ao aspecto factual. A matéria se inicia afirmando que crianças e adolescentes são muito mais comumente vítimas de violência do que agressores e que o fato descrito na matéria é uma situação atípica. Além disso, o termo ‘menor’, que denota um tom pejorativo, foi usado apenas uma vez ao se referir ao adolescente, comprovando assim o avanço da imprensa sergipana, sobretudo se for levada em consideração a linha editorial do veículo em questão.
Outro aspecto positivo no texto é o cuidado observado ao se referir aos envolvidos na situação, preservando a identidade tanto da vítima quanto do agressor, direito assegurado a este último pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. As fotografias utilizadas para ilustrar a matéria, entretanto, não seguiram a mesma linha, não resguardando a identidade da vítima.
Diante disso, é imprescindível que a sociedade esteja atenta em relação à forma como determinados acontecimentos ganham notoriedade através da mídia e consequentemente reflita acerca das informações veiculadas para que possa contribuir com a qualificação da imprensa sergipana e com a garantia dos direitos humanos.
Não se pode desconsiderar a gravidade de um abuso sexual, porém, é imprescindível ressaltar a forma como o acontecimento foi representado na manchete de um dos jornais mais lidos do estado de Sergipe. A ideia de comoção, medo, revolta e até mesmo de deboche em relação ao garoto, ao referir-se ao mesmo como ‘taradinho’, reforça o estigma de punição para com o adolescente.
O título interno e a linha fina também incitam a violência, através do depoimento da vítima, segundo o qual sua vontade era “de juntar os homens daqui e matá-lo”, reforçando assim a ideia equivocada de que o abuso pode ser enfrentado com mais violência. Devido à agressão vivida, é compreensível que a vítima adote uma postura enérgica, mas é essencial reforçar a necessidade da ética e da responsabilidade da mídia no que diz respeito aos direitos humanos. O papel do veículo deve passar longe de incentivar a agressividade, mas deve buscar interromper o ciclo da violência.
Vale ressaltar que o corpo do texto, diferentemente dos títulos e das fotografias, traz uma abordagem mais qualificada, ainda que se prenda meramente ao aspecto factual. A matéria se inicia afirmando que crianças e adolescentes são muito mais comumente vítimas de violência do que agressores e que o fato descrito na matéria é uma situação atípica. Além disso, o termo ‘menor’, que denota um tom pejorativo, foi usado apenas uma vez ao se referir ao adolescente, comprovando assim o avanço da imprensa sergipana, sobretudo se for levada em consideração a linha editorial do veículo em questão.
Outro aspecto positivo no texto é o cuidado observado ao se referir aos envolvidos na situação, preservando a identidade tanto da vítima quanto do agressor, direito assegurado a este último pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. As fotografias utilizadas para ilustrar a matéria, entretanto, não seguiram a mesma linha, não resguardando a identidade da vítima.
Diante disso, é imprescindível que a sociedade esteja atenta em relação à forma como determinados acontecimentos ganham notoriedade através da mídia e consequentemente reflita acerca das informações veiculadas para que possa contribuir com a qualificação da imprensa sergipana e com a garantia dos direitos humanos.
Fonte: Retirado do site Instituto Recriando - http://www.institutorecriando.org.br/ler.asp?id=13357&titulo=Clipping
Nenhum comentário:
Postar um comentário